31 de agosto de 2009
Nada a fazer amor, eu sou do bando
Nada a fazer amor, eu sou do bando
impermanente das aves friorentas;
e nos galhos dos anos desbotando
já as folhas me ofuscam macilentas;
e vou com as andorinhas. Até quando?
À vida breve não perguntes: cruentas
rugas me humilham. Não mais em estilo brando
ave estroina serei em mãos sedentas.
pensa-me eterna que o eterno gera
quem na amada o conjura. Além, mais alto,
em ileso beiral, ai espera:
andorinha indemne ao sobressalto
do tempo, núncia de perene primavera.
confia. eu sou romântica. Não falto.
Natália Correia